sábado, 25 de agosto de 2012

AMOR QUE IMPELE





São Paulo, apaixonado por Jesus Cristo, diz com razão: “A caridade de Cristo nos constrange” (1). E ele se refere não tanto ao que Cristo sofreu, mas ao amor que nos mostrou nos Seus sofrimentos. É isto que nos obriga e quase nos força a amá-Lo.
Sobre isso diz São Francisco de Sales: “Jesus Cristo, verdadeiro Deus, amou-nos até sofrer por nós a morte na cruz. Não é isto como que ter nosso coração debaixo de uma prensa? Como que senti-lo apertar com vigor e espremer amor com uma força que é tanto mais forte quanto mais amável? Por que não abraçamos Jesus Cristo Crucificado para morrer na cruz com Ele? Ele quis morrer nela por nosso amor. Eu O abraçarei, deveríamos dizer, e não O abandonarei jamais. Morrerei com Ele, abrasar-me-ei nas chamas de Seu amor. Um mesmo fogo consumirá este divino Criador e a sua miserável criatura. Cristo se dá todo a mim e eu me entrego todo a Ele. Viverei e morrerei sobre Seu coração: nem a vida, nem a morte me separarão Dele. Ó Amor Eterno, minha alma Vos busca e Vos acolhe para sempre. Vinde, Espírito Santo, inflamai os nossos corações no Vosso amor. Ou amar ou morrer! Morrer a qualquer outro amor, para viver no amor de Cristo. Salvador dos homens, fazei que cantemos eternamente: Viva Jesus, a quem amo. Amo a Jesus que vive nos séculos dos séculos.” (2)
O amor de Jesus Cristo aos homens era tanto que desejava a hora de Sua morte para lhes mostrar o afeto que lhes tinha. Por isso, com frequência, repetia em Sua vida: “Devo receber o batismo, e quanto o desejo até que ele se realize” (3).
Eu tenho que ser batizado em meu próprio sangue! Como me sinto desejoso de que chegue depressa a hora de minha Paixão, para que, depressa também, o homem conheça por ela, o amor que lhe tenho.
São João fala daquela noite em que Jesus Cristo começou a sua paixão: “Sabendo que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (4). O Redentor chamava aquela hora de “sua hora” porque o tempo de Sua morte era o tempo desejado por Ele. Queria dar aos homens a última prova de amor, morrendo por eles numa cruz, consumido de dores.

Sto. Afonso Maria de Ligório

(1) 2 Cor 5, 14.
(2) S. Francisco de Sales, Tratado do Amor de Deus, l. 7, c. 8, e l. 12, c. 13.
(3) Lc 12, 50.
(4) Jo 13, 1.

 Deus te abençoe!
Pe. Luiz Gilderlane

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

COMUNHÃO SACRAMENTAL





Um leproso aproximou-se do lugar em que Jesus se encontrava (1), pôs-se de joelhos e disse-lhe: “Se quiseres, podes limpar-me”. E o Senhor, que sempre deseja o nosso bem, compadeceu-se dele, tocou-o e disse-lhe: “Quero, fica limpo”. E imediatamente desapareceu dele a lepra e ficou limpo.
Aquele homem ajoelha-se prostrando-se por terra – o que é sinal de humildade –, para que cada um de nós se envergonhe das manchas da sua vida. Mas a vergonha não deve impedir a confissão: o leproso mostrou a chaga e pediu o remédio. A sua oração está, além disso, repleta de piedade, isto é, reconheceu que o poder de ser curado estava nas mãos do Senhor” (2). E nas mãos divinas continua a estar o remédio de que necessitamos.
Cristo espera-nos cada dia na Sagrada Eucaristia. Está ali verdadeira, real e substancialmente presente, com o seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Encontra-se ali com todo o resplendor da sua glória, pois Cristo ressuscitado já não morre (3). O Corpo e a Alma permanecem inseparáveis e unidos para sempre à Pessoa do Verbo. Todo o mistério da Encarnação do Filho de Deus está contido na Hóstia Santa, em toda a riqueza profunda da sua Santíssima Humanidade e na infinita grandeza da sua Divindade, ambas veladas e ocultas. Na Sagrada Eucaristia encontramos o mesmo Jesus Cristo que disse ao leproso: “Quero, fica limpo”, o mesmo que é contemplado e louvado pelos anjos e santos por toda a eternidade.
Quando nos aproximamos de um Sacrário, encontramo-Lo ali. Talvez tenhamos repetido muitas vezes na Sua presença o hino com que São Tomás expressou a fé e a piedade da Igreja e que tantos cristãos converteram numa oração pessoal:
Adoro-vos com devoção, Deus escondido, que sob estas aparências estais presente. A Vós se submete o meu coração por inteiro, e ao contemplar-Vos se rende totalmente.
A vista, o tato, o gosto enganam-se sobre Vós, mas basta o ouvido para crer com firmeza. Creio em tudo o que disse o Filho de Deus; nada de mais verdadeiro que esta palavra de verdade.
Na Cruz estava oculta a divindade, mas aqui se esconde também a humanidade; creio, porém, e confesso uma e outra, e peço o que pediu o ladrão arrependido.
Não vejo as chagas, como as viu Tomé, mas confesso que sois o meu Deus. Fazei que eu creia mais e mais em Vós, que em Vós espere, que Vos ame.” (4)

Esta maravilhosa presença de Jesus entre nós deveria renovar a nossa vida cada dia. Quando O recebemos, quando O visitamos, podemos dizer em sentido estrito: “Hoje estive com Deus”. Tornamo-nos semelhantes aos Apóstolos e aos discípulos, às santas mulheres que acompanhavam o Senhor pelos caminhos da Judéia e da Galiléia. “Non alius sed aliter”, não é outro, mas está de outro modo, costumam dizer os teólogos (5). Encontra-se aqui conosco; em cada cidade, em cada vilarejo.
Com que fé O visitamos? Com que amor O recebemos? Como preparamos a nossa alma e o nosso corpo quando vamos comungar?

São Tomás de Aquino (6) ensina que o Corpo de Cristo está presente na Sagrada Eucaristia tal como é em si mesmo, e a Alma de Cristo está presente com a sua inteligência e vontade; excluem-se apenas aquelas relações que dizem respeito à quantidade, pois Cristo não está presente na Hóstia Santa do modo como uma quantidade está localizada no espaço (7). Está presente com o seu Corpo glorioso de um modo misterioso e inexplicável.
A Segunda Pessoa da Santíssima Trindade está, pois, nesse Sacrário que podemos visitar todos os dias, talvez muito perto da nossa casa ou do escritório, na capela da Universidade, do hospital em que trabalhamos ou do aeroporto; e está presente com o soberano poder da sua Divindade. Ele, o Filho Unigênito de Deus, em cuja presença tremem os Tronos e as Dominações, por quem tudo foi feito, que tem o mesmo poder, sabedoria e misericórdia que as outras Pessoas da Santíssima Trindade, permanece perpetuamente conosco, como um de nós, sem nunca deixar de ser Deus. Efetivamente, no meio de vós está Quem vós não conheceis (8).
Será que, apesar de estarmos absortos nos nossos negócios, no trabalho, com as suas preocupações diárias, pensamos com frequência em que, muito perto da nossa residência ou do local de trabalho, mora realmente o Deus misericordioso e onipotente?
O nosso grande fracasso, o maior erro da nossa vida, seria que em algum momento pudessem aplicar-se a nós aquelas palavras que o Espírito Santo pôs na pena de São João: Veio aos que eram seus e os seus não o receberam (9), porque estavam ocupados nas suas coisas e nos seus trabalhos – podemos acrescentar –, em assuntos que sem Ele não têm a menor importância. Mas fazemos hoje o propósito firme de permanecer com um amor vigilante: alegrando-nos muito quando vemos a torre de uma igreja, fazendo durante o dia muitas comunhões espirituais, atos de fé e de amor, manifestando o nosso desejo de desagravar o Senhor por aqueles que passam ao seu lado sem lhe dirigirem um pensamento sequer.

Senhor Jesus, bom pelicano, limpai-me a mim, imundo, com o Vosso Sangue, com esse Sangue do qual uma só gota pode salvar do pecado o mundo inteiro” (10).
O Senhor dá a cada homem em particular, na Sagrada Eucaristia, a mesma vida da graça que trouxe ao mundo pela sua Encarnação (11). Se tivéssemos mais fé, realizar-se-iam em nós verdadeiros milagres, como os que se operaram nas pessoas que Jesus curou: ficaríamos limpos das nossas fraquezas e imperfeições, até o mais fundo da alma. 
“Fazei que eu creia mais e mais em Vós”, é o que nos convida a clamar e a suplicar interiormente o hino eucarístico. Se tivermos fé, ouviremos as mesmas palavras que foram dirigidas ao leproso: “Quero, fica limpo”. Ou veremos como o Senhor se levanta perante as ondas, tal como no lago de Tiberíades, para acalmar a tempestade; e far-se-á também na nossa alma uma grande bonança.
Senhor Jesus, bom pelicano… Na Comunhão, o Senhor não só nos oferece um alimento espiritual, como Ele próprio se dá a nós como Alimento. Antigamente, pensava-se que, quando morria o filhote de um pelicano, este feria o seu próprio peito e com o seu sangue alimentava o filhote morto, que assim retornava à vida… Cristo dá-nos a vida eterna. A Comunhão, recebida com as devidas disposições, traz-nos o Mestre que vem até nós com o seu amor pessoal, eficaz, criador e redentor, como o Salvador que é das nossas vidas.
A nossa alma purifica-se ao contacto com Cristo. Obtemos então o vigor necessário para praticar a caridade, para viver exemplarmente os deveres próprios, para proteger a nossa pureza, para realizar o apostolado que Ele mesmo nos indicou…
A Sagrada Eucaristia é remédio para as fraquezas diárias, para esses pequenos desleixos e faltas de correspondência que não matam a alma, mas a debilitam e conduzem à tibieza. Faz-nos vencer as nossas covardias.
Na Sagrada Eucaristia, Jesus espera-nos para restaurar as nossas forças: “Vinde a mim todos os que estais fatigados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (12). Jesus não exclui ninguém: “Vinde a mim todos. Se alguém quiser aproximar-se de mim, eu não o lançarei fora” (13). Enquanto durar o tempo da Igreja militante, Jesus permanecerá conosco como a fonte de todas as graças que nos são necessárias. Sem Ele, não poderíamos viver.
Com palavras de São Tomás em outra oração, podemos dizer a Jesus presente na Sagrada Eucaristia: “Aproximo-me de Vós como um doente do médico da vida, como um imundo da fonte de misericórdia, como um cego da luz da claridade eterna, como um pobre e necessitado do Senhor do céu e da terra. Imploro a abundância da Vossa infinita generosidade para que vos digneis curar a minha enfermidade, lavar a minha impureza, iluminar a minha cegueira, remediar a minha pobreza e vestir a minha nudez, a fim de que me aproxime a receber o Pão dos Anjos, o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, com tanta reverência e humildade, com tanta contrição e piedade, com tanta pureza e fé, e com tal propósito e intenção como convém à saúde da minha alma” (14).
A Virgem Maria, nossa Mãe, anima-nos sempre a relacionar-nos cada vez mais intimamente com Jesus sacramentado: “Aproxima-te mais do Senhor…, mais! – Até que se converta em teu Amigo, teu Confidente, teu Guia” (15).

Falar com Deus

(1) Mc 1, 40-45;
(2) São Beda, Comentário ao Evangelho de São Marcos;
(3) Rm 6, 9;
(4) Hino Adoro-Te devote;
(5) cfr. M. M. Philipon, A nossa transformação em Cristo, pág. 116;
(6) cfr. São Tomás, Suma Teológica, III, q. 76, a. 5, ad. 3;
(7) cfr. ib., III, q. 81, a. 4;
(8) Jo 1, 26;
(9) Jo 1, 11;
(10) Hino Adoro-Te devote;
(11) cfr. São Tomás, op. cit., I, q. 3, a. 79;
(12) Mt 11, 28;
(13) cfr. Jo 6, 37;
(14) Missal Romano, Praeparatio ad Missam;
(15) Josemaría Escrivá, Sulco, n. 680.


Deus te abençoe!!!

Pe. Luiz Gilderlane

sábado, 18 de agosto de 2012

CONTAS QUE TERÁ DE DAR A JESUS CRISTO QUEM NÃO SEGUE A VOCAÇÃO





Auferum a vobis regnum Dei, et dabitur genti facienti fructus eius” ― “Ser-vos-á tirado o reino de Deus, e será dado a um povo que faça os frutos dele” (Mt 21, 43).

Avivemos a nossa fé. A graça que o Senhor nos concedeu chamando-nos a viver em sua casa é muito mais excelente do que se nos tivesse chamado a sermos rei do reino mais extenso da terra. Quanto maior, porém, a graça, tanto mais o Senhor se irritará contra nós, se não lhe tivermos correspondido; tanto mais rigoroso será o nosso julgamento no dia das contas. Ai de nós, se não obedecermos à chamada divina, ou se por nossa culpa perdemos a vocação!

A graça da vocação ao estado religioso não é uma graça ordinária; ela é muito rara e Deus a poucos a concede: “Non fecit taliter omni nationi” ― “Não fez assim a todas as nações” (Sl 147, 20). Oh! esta graça de ser chamado à vida perfeita e a ser doméstico de Deus em sua casa, quanto é superior à de ser chamado a ser rei do reino mais extenso do mundo! Pois, que comparação pode haver entre um reino temporal na terra e o reino eterno no céu?
Quanto maior, porém, a graça, tanto mais o Senhor se irritará contra quem não lhe tiver correspondido, e tanto mais rigoroso será o seu julgamento no dia das contas.
Se um rei chamasse um pastorzinho para seu palácio, a fim de o servir entre os nobres de sua corte, quão grande não seria a indignação daquele príncipe, se o súdito recusasse o seu favor, para não deixar o seu pobre redil e o seu pequeno rebanho?
Deus bem conhece o preço das suas graças; por isso castiga rigorosamente àquele que as despreza. Ele é o Senhor: quando chama, quer ser obedecido, e obedecido prontamente; pelo que, quando com a sua luz chama uma alma à vida perfeita, e esta não corresponde, priva-a de sua luz e abandona-a no meio das trevas. Oh! quantas almas desgraçadas veremos reprovadas no dia do juízo, porque não quiseram obedecer à voz de Deus!

Agradece, portanto, ao Senhor, ter-te convidado a segui-Lo; mas treme, se não correspondes à graça. Chamando-te Deus a servi-Lo mais de perto, é sinal que Deus te quer salvo; mas só te quer salvo pelo caminho que te indica e escolhe. Se queres salvar-te seguindo o caminho que tu mesmo te escolhes, corres grande perigo de o não obteres. Pois, ficando no século ou a ele voltando, quando Deus te quer religioso, não receberás de Deus aqueles auxílios eficazes que te havia preparado em sua casa, e sem os quais não te salvarás. 
Oves meae vocem meam audiunt” ― “As minhas ovelhas ouvem a minha voz” (Jo 10, 27). Quem não quer obedecer à voz de Deus, dá sinal de que não é ovelha de Jesus, mas será condenado com os bodes no vale de Josaphat.

Senhor, Vós tivestes para comigo este excesso de bondade, de escolher-me de entre tantos outros, para me colocar entre os Vossos servos prediletos e fazer-me morar na Vossa casa. Conheço quanto esta graça é grande, e quanto eu dela era indigno. Eis-me aqui: quero corresponder a tamanho amor, quero obedecer-Vos. Já que Vós fostes tão generoso para comigo, chamando-me, quando eu não Vos procurava, e além disso Vos era tão ingrato, não permitais que eu venha a cair nesta outra ingratidão suprema, de deixar-Vos, a Vós que por meu amor derramastes o Vosso sangue e destes a vida, para novamente me entregar ao mundo, meu inimigo, que no passado tantas vezes me tem feito perder a Vossa graça e a minha eterna salvação. Pois que me chamastes, dai-me a força para obedecer.
Já prometi obedecer-Vos, e de novo vo-lo prometo; mas se Vós não me concedeis a graça da perseverança, não Vos posso ser fiel. A Vós peço esta perseverança, quero-a e espero-a pelos Vossos merecimentos.
Dai-me a coragem de vencer as paixões da carne, com que o demônio quer que eu Vos atraiçoe. Amo-Vos, meu Jesus, e me consagro todo a Vós. Já sou Vosso e Vosso quero ser para sempre.
Maria, Mãe e esperança minha, Vós sois a Mãe da perseverança, que só com a vossa intercessão é concedida; vós m’a haveis de alcançar; em vós confio. (IV 416.)

Sto. Afonso Maria de Ligório

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

AS BEM-AVENTURANÇAS





Onde está a Felicidade?
Jesus está diante de uma multidão imensa! Esperam d’Ele a sua doutrina salvadora, que dará sentido às suas vidas. Então Jesus subiu ao monte e começou a ensinar-lhes (Cf. Mt 5, 1-12).
É esta a ocasião que Jesus aproveita para traçar uma imagem profunda do verdadeiro discípulo.
Trata-se do Evangelho das bem-aventuranças que constitui um resumo do Sermão da Montanha e de todo o Evangelho de Jesus Cristo.

“Bem-aventurado” significa “feliz”, “ditoso”, e em cada uma das Bem-Aventuranças Jesus começa por prometer a felicidade e por indicar os meios para consegui-la.
Por que Jesus começa falando da felicidade? Porque em todos os homens há uma tendência irresistível para serem felizes; esse é o fim que têm em vista em todos os seus atos; mas muitas vezes buscam a felicidade no lugar em que ela não se encontra, em que só acharão tristeza.

Jesus começou a ensiná-los: ‘Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus’.” (Mt 5, 2-3)
A atitude fundamental exigida para participar do Reino dos Céus é a pobreza em espírito. Pobre em espírito é todo aquele que tem a atitude de confiança da criança em relação a seus pais. Pobre em espírito é quem coloca toda a sua confiança no Senhor. É o que não coloca sua segurança nos bens materiais, na glória e na fama, mas em Deus. O cristão considera-se diante de Deus como um filho pequeno que não tem nada em propriedade; tudo é de Deus seu Pai e a Ele o deve. A pobreza em espírito, quer dizer, a pobreza cristã, exige o desprendimento dos bens materiais e austeridade no uso deles.
O espírito de pobreza, a fome de justiça, a misericórdia, a pureza de coração, o suportar injúrias por causa do Evangelho são aspectos de uma única atitude da alma: o abandono em Deus, a confiança absoluta e incondicional no Senhor.
Em geral o homem antigo, mesmo no povo de Israel, procurava a riqueza, o gozo, a estima, o poder, e considerava tudo isso como a fonte de toda a felicidade. Jesus traça um caminho diferente. Exalta e abençoa a pobreza, a doçura, a misericórdia, a pureza, a humildade.
Com as Bem-aventuranças, o pensamento fundamental que Jesus queria inculcar nos ouvintes era este: só o servir a Deus torna o homem feliz.

O conjunto de todas as Bem-aventuranças traça, pois, um único ideal: o da santidade. Ao escutarmos essas palavras do Senhor, reavivamos em nós esse ideal como eixo de toda a nossa vida. Como nos diz o Apóstolo S. Paulo: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1 Ts 4, 3). Chama cada um à santidade e a cada um pede amor: a jovens e velhos, a solteiros e casados, aos que têm saúde e aos enfermos, a cultos e ignorantes; trabalhem onde trabalharem, estejam onde estiverem.
Sejam quais forem as circunstâncias por que atravessemos na vida, temos que sentir-nos convidados a viver em plenitude a vida cristã. Não pode haver desculpas, não podemos dizer a Deus: “Esperai, Senhor, que se solucione este problema, que me recupere desta doença, que deixe de ser caluniado ou perseguido…, e então começarei de verdade a buscar a santidade”. Seria um triste engano não aproveitarmos precisamente essas circunstâncias duras para nos unirmos mais a Deus.

Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem… Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 5, 11-12). Assim como nenhuma coisa da terra nos pode proporcionar a felicidade que todos procuramos, assim nada nos pode tirá-la se estivermos unidos a Deus. A nossa felicidade e a nossa plenitude procedem de Deus. Peçamos ao Senhor que transforme as nossas almas, operando uma mudança radical nos nossos critérios sobre a felicidade e a infelicidade.
Seremos necessariamente felizes se estivermos abertos aos caminhos de Deus em nossas vidas. Quando os homens, para encontrarem a felicidade, experimentam caminhos diferentes do da vontade de Deus, diferentes daquele que o Mestre nos traçou, no fim só encontram solidão e tristeza. Longe do Senhor, só se colhem frutos amargos e, de uma forma ou de outra, acaba-se como o filho pródigo enquanto esteve longe da casa paterna: comendo bolotas e cuidando de porcos (Cf. Lc 15, 11-32).

São felizes aqueles que seguem o Senhor, aqueles que lhe pedem e fomentam dentro de si o desejo de santidade.
Quando nos falta alegria, com certeza, é porque não procuramos a Deus de verdade, no trabalho, naqueles que nos rodeiam, nas dificuldades. Não será, talvez, porque ainda não estamos inteiramente desprendidos?
“Alegre-se o coração dos que procuram o Senhor”!

Deus te abençoe!

Pe. Luiz Gilderlane

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Mensagem aos pais no dia dos pais.




     A ideia de que “pai manda e filho obedece” às vezes entra num processo de incompreensão. Pergunta: e quando o pai ordena ao filho uma tarefa e a ordem está errada? Falar, ouvir a opinião do filho e dialogarem pacientemente como dois amigos, não há dúvida, o relacionamento, seja pai, mãe, filho, filha, será sempre harmonioso e o lar estará sempre em bom redemoinho vibracional.
     Portanto, pai, quando algum problema surgir no relacionamento com o seu filho, antes de uma atitude que melindre seu relacionamento com ele tenha em mente três coisas: paciência, reflexão e bom diálogo.

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      Paciência

     Com frequência temos de explicar aos nossos filhos a diferença entre segurança e perigo, o bem e o mal, o certo e o errado. Mas, calma! Você terá de repetir esses e outros cuidados desde os primeiros passos dele. E repetirá, palavra a palavra, de forma incansável, olhando-o no semblante para constatar se compreendeu.
     Como o fará? Com paciência. Inesgotável. Sim, você terá de falar e explicar como se cada vez fosse a primeira.
     Dia a dia você se dedicará a ele, esquecendo-se de si mesmo. Serão anos a fio, de forma didática, preparando-o para o mundo, colocando sob os pés dele um chão plano e firme.
     Enquanto ele brinca, você, com paciência e uma visão bifocal o supervisiona: Numa lente vê a fantasia do presente; na outra projeta a realidade do futuro!
      Feliz dia dos pais!

      Inácio Dantas
      Do livro (c) Pai, o que dizer para o seu filho?”)


Pe. Luiz Gilderlane


Quinze razões para você buscar a felicidade!




1-Rir é um ato que gera reações cognitivas. Então, liberte a garganta, ria, e assim todos à volta rirão do seu riso!

2-Quando temos pessoas a quem doar parte dos nossos melhores valores espirituais não só nos completamos, mas também as completamos de felicidade!

3-Ter sempre o ideal do amor ao próximo, e de “fazer o bem sem olhar a quem”, é ter como filosofia de vida diretrizes para caminhar rumo a um futuro risonho e bem-aventurado.

4-A justiça e a felicidade no homem são como o sol e a lua no céu: navegam no mesmo espaço, aquecendo e clareando a amplidão da vida!

5-A felicidade é igual uma criança travessa que, entre risos e alegria nos mostra como a vida é uma grande brincadeira!

6-Coração sorridente, mente em altoastral, mãos para o bem-fazer: passaporte para uma viagem existencial longânime e feliz!

7-A perfeição da felicidade obtém-se com a repetição diária do contentamento, do riso fácil, do agradecimento pelas bênçãos e desígnios de Deus!

8-“Esforça-te, conquista a felicidade, porque após conquistá-la sentirás o encantamento e os extraordinários prazeres da vida!”

9-Quando lutamos contra a infelicidade, inconscientemente damos luvas para outros lutarem também!

10-Ter a alma voltada para Cristo e praticar sua doutrina é dar firmes e decisivos passos para uma existência beneplácita!

11-Experimente a humildade. É nas pessoas humildes que o aroma da felicidade exala o perfume da sua natureza!

12-Alongue seus dias, eleve seu astral: faz o impossível para a tristeza ir embora bem cedo e a alegria ficar até bem tarde!

13-Dar-se a felicidade, a coisa mais espetacular que você pode dar a si mesmo!

14-O homem verdadeiramente feliz se conhece pelas boas obras; não as que ele diz que faz, mas as que ele faz sem dizer.

15- Você tem um bom emprego, uma família amada, a presença de Deus na sua vida? Homem, olhe para dentro de si e reflita: você é abençoadamente feliz!

     Inácio Dantas
     Do livro “Regras de ouro da felicidade!

     Pe. Luiz Gilderlane
Deus abençoe a todos!