domingo, 5 de fevereiro de 2017

SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO


Em uma sociedade marcada pela busca de poder, fama, prestígio e sucesso, a expressão de Jesus neste evangelho, corre o risco de ser mal compreendida “Vocês são a Luz do mundo”, isso por causa  dessa busca desenfreada de um “glamour” que contamina até nossas comunidades onde Leigos ou mesmo o próprio Clero, todos querem ‘brilhar” naquilo que fazem, serem referência e ostentarem um carisma que inegavelmente os coloca em destaque perante os demais, prevalecendo nos corações envaidecidos uma única determinação “ninguém poderá brilhar mais que eu, na paróquia”. Uma grande parte das discussões e conflitos nas reuniões pastorais, são por conta desse problema, que a gente vai camuflando e não quer admitir, haja visto a melindrosidade que ocorre em certas situações “não deixaram eu fazer tal coisa, não vou mais”  ou “tiraram a minha função sem mais sem menos” ou uma que é ainda pior “Só a “panelinha” do padre é que tem vez na paróquia.... Tudo isso porque, muitos querem brilhar, se impor, ter prestígio, ser consultado nas grandes decisões. Fazem com a melhor das boas intenções, porém se algo ameaçar apagar á sua “luz”, logo se manifestam.
Essa conduta nada tem a ver com o evangelho mas ao contrário, são influencias perniciosas á Vida de Fé, que vem de fora da comunidade.
Ser Sal da terra e Luz do Mundo se refere ao testemunho cristão, não aquele dado na igreja, por ocasião de um retiro, mas aquele do dia a dia, onde em qualquer ambiente o SER CRISTÃO deve fazer a diferença, sua presença discreta, como uma pitada de sal, mas que contagia a todos.
Provoquei minha equipe de teólogos da comunidade, que me ajudam nas reflexões, a apresentarem exemplos de pessoas com esse perfil, pois se é verdade que nas comunidades cristãs há pessoas vaidosas, querendo brilhar e ser sempre “paparicadas”, há também alguns cristãos, dos quais a gente sente orgulho de chamar de irmãos, que na comunidade pouco aparecem pois são muito discretos, estão na assembléia, atentos a Palavra, sequiosos pelo alimento que lhes dá coragem de perseverar. Minha equipe trabalhou bem e trouxe-me alguns casos que ilustram esse evangelho.
A catequista Vera contou da filha da Tiana, 17 anos de idade, auxiliar na catequese e participante do grupo de jovens, o namorado “forçou a barra” prá cima dessa jovem, e ela, com muita classe o ‘despachou”, e diante do argumento dele, de que todas as meninas “ficam” porque é uma coisa normal, a jovem disse que a sua referência não era o costume ou a moda, mas sim o evangelho de Jesus Cristo. Na patota teve gente que achou caretice, e até se afastaram dela,  mas algumas meninas admiraram a atitude corajosa dessa jovem, e começaram a ter mais amizade com ela a partir desse dia.
Ainda na comunidade, falaram do Miro Motoqueiro, que entrega pizzas à noite, fatura menos que os outros porque respeita os sinais de Trânsito, não trafega na contra mão, e não esconde a placa da moto ao passar em alta velocidade no radar, mas obedece a velocidade estabelecida. Os outros ganham mais, são mais ligeiros e velozes porque burlam a lei, e certamente nesse mercado são mais competitivos,  “Eu acho que o Miro é sal da terra, porque é diferente dos outros” – concluiu Vera, a catequista.
E por fim citaram a Dona Maria, uma nortista que tem até fama de “enfezada” que mora na área verde, freqüenta comunidade, o marido vive bêbado e ela o trata com carinho e respeito, se desdobra para sustentar os três filhos e dia desses chamou a atenção de um traficante que estava “passando a conversa” no seu “caçula” de 12 anos, para ele ser “mula” no tráfico.
As vizinhas até chamaram a atenção da Dona Maria, que aquilo era perigoso, comprar briga com o traficante, e que ele até estava ajudando o moleque oferecendo-lhe trabalho, mas Dona Maria bateu o pé, e falou que se o traficante rodear sua casa vai chamar a polícia e botar ele prá correr, e que não tem medo de ameaças, porque tendo sua Fé em Jesus Cristo, combate a favor do Bem que é mais forte que o Mal, e mais ainda, que com ela não tem esse negócio de “lei do Silêncio”, porque a comunidade da área verde, não pode submeter-se ao Tráfico.
A gente logo imagina, quando meditamos esse evangelho, que ser Sal da Terra, Luz do Mundo e uma Cidade edificada no alto do monte, seja ser piedoso, assíduo freqüentador da igreja, cumpridor de todos os deveres com Deus e a igreja. Claro que essas coisas implicam também, mas Jesus está falando das atitudes dos seus discípulos no meio da sociedade, e esses três exemplos que os meus colaboradores falaram, está de muito bom tamanho, Cristão com “C” maiúsculo, é aquele ou aquela que “Faz a diferença”, com uma atitude e um comportamento que chama a atenção das pessoas.
Essas pessoas não são ricas, influentes ou importantes na comunidade, aliás, nenhuma delas tem algum cargo de coordenador, mas com atitudes assim se tornam colunas de sustentação da comunidade, pois, fortalecidas com a Palavra e a Eucaristia, testemunham com coragem e ousadia o santo evangelho, e não cedem ou se intimidam, com as forças do mal, presente na sociedade.
Tem muita gente assumindo ares de Cristão, escondida na igreja, nas pastorais e movimentos, mas no ambiente de trabalho, na escola, na política, nos esportes, no namoro, enfim, fora da igreja e do seu grupo, preferem ficar no anonimato, sem compromisso com a ética ou com a moral, são os cristãos de fim de semana, que depois do ‘ide em Paz e que o Senhor os acompanhe”, caem no “Vale Tudo”, acendendo uma vela para Deus e outra para o Diabo.
Ser Sal da Terra e Luz do mundo é ter atitude que contraria os usos e costumes da pós modernidade, nada se ganha com isso, ao contrário, perde-se, veja os exemplos citados, o Miro Motoqueiro deixa de faturar mais, por respeitar a legislação do trânsito, a Dona Maria corre um grande risco ao desafiar o traficante que manda na área verde, a filha da Tiana perdeu o namorado e algumas amigas.
E a minha equipe de teólogos da comunidade concluiu de maneira brilhante a reflexão: os Cristãos do tipo “Maria vai com as outras, ou  Vaquinha de Presépio, não são e nunca serão, Sal da Terra e Luz do Mundo... Acho que têm toda razão, e digo mais, são também o Sal insosso, que perdeu o seu sabor, são também uma lâmpada queimada, e uma cidade no fundo do vale, que ninguém vê e nem toma conhecimento.

sábado, 4 de fevereiro de 2017

A força do agir em comunidade


Visitei certa ocasião uma área verde junto com agentes da Pastoral da Saúde e lá nos encontramos com um pequeno grupo de vicentinos que entregavam alimentos a algumas famílias assistidas. Conversei com uma das lideranças do aglomerado de casebres e fiquei sabendo que além dos Vicentinos e Pastoral da Saúde, havia também o trabalho importante da Pastoral da criança e do Clube de Mães que também atuava naquela pobre comunidade.
“___Olha, nós temos muitos problemas e a Comunidade de vocês, com esses grupos que estão sempre por aqui, amenizam e muito o sofrimento desse nosso povo” - afirmou a liderança no final da nossa conversa.
O Líder não mencionou o nome do Padre ou do Ministro, nem o nome dos Coordenadores de cada um desses grupos, mas falou que a “Comunidade” dava uma ajuda muito importante as pessoas daquela área verde. Uma Comunidade que celebra a Vida Nova que é Jesus Cristo, e a leva á todas as pessoas, preferencialmente as mais simples e pobres, as marginalizadas pelo sistema, torna-se esse Sal e essa Luz para a Humanidade, de que fala o evangelho.
Essas Pastorais não vão até a área verde, para fazer proselitismo e convencer os moradores a frequentarem as Celebrações, mesmo porque, algumas assistidas são evangélicos, outras nem têm religião, entretanto, a Comunidade torna-se uma referência pelo trabalho gratuito que faz, ajudando as pessoas, como reconhece o Líder do Vilarejo.
O testemunho dos agentes de Pastoral está precisamente no serviço prestado aquela comunidade carente. Inegavelmente nossas pastorais são uma riqueza que veio na esteira do Concílio Vaticano II e que leva o Agir da Igreja além das fronteiras da Comunidade. Portanto, a Comunidade não pode esconder-se, permanecendo fechada em si mesmo resumindo o agir cristão à Inter-Eclesia (dentro da igreja) muitos pensam assim, infelizmente.
Ema sociedade com tantos pontos sombrios, nós cristãos somos enviados para fazer brilhar a Luz de Cristo, com nossas atitudes e opiniões coerentes com o Santo Evangelho.  Está mais que na hora de “sairmos da toca” para revelar Jesus Cristo á toda humanidade.
Que o nosso Sal não seja insosso e a nossa Luz não esteja queimada, por desleixo, omissão ou comodismo de nossa parte. Um dia seremos cobrados pelo próprio Senhor...

sábado, 28 de janeiro de 2017

AS BEM-AVENTURANÇAS


O chamado “Sermão da Montanha ou das Bem Aventuranças” sempre corre o risco de ter duas interpretações equivocadas: primeiro pensar que se trata do anúncio de uma revolução social, Agora chegou a vez dos pobres! Visto por esta ótica esvazia-se totalmente o seu rico conteúdo, não é e nunca foi missão de Jesus, resolver os problemas sociais resultantes das desigualdades e injustiças praticadas contra as classes menos favorecidas,a má distribuição de renda, o mau uso dos Bens públicos etc. Se osse isso, pordem ter certeza de que , usando de seus poderes Jesus já teria botado as coisas no “eixo”, ele não pode ser reduzido a um Líder Revolucionário mesmo porque, é bom lembrar que as pessoas que o viam dessa maneira em seu tempo, viram seus sonhos e projetos revolucionários ir por água abaixo quando Jesus passou pela morte vergonhosa da cruz, enterrando de vez todos os anseios de liberdade humana, presente no coração dos Judeus.
A outra interpretação, também equivocadíssima, principalmente nas Bem Aventuranças de Mateus, que escreveu o seu evangelho para os Judeus, é vê-lo como um belo discurso moral, ensejando um modo de viver que nos conduza a uma ascese e nesse caso, Pobre em Espírito, Mansos e Puros de Coração,  nos remete ao meramente espiritual, interpretação predileta de muitos, que não querem viver uma religião comprometida com a transformação das pessoas e da sociedade, tornando assim suas relações mais justas e fraternas.
Na verdade, as Bem Aventuranças são o programa de Vida de Jesus, pois pode se ver Nele a realização plena de cada uma delas, é Jesus esse Pobre em Espírito, é ele esse Manso que herdará a terra, é ele esse puro de coração que tem permanentemente a visão de Deus, é ele esse perseguido, injuriado e incompreendido, esse aflito que foi consolado, esse que tem sede e fome de Justiça, basta olhar atentamente os evangelhos.
É exatamente essa proposta de vida que é toda sua, que Jesus nos apresenta nesse evangelho, como Dom que o Pai oferece, como um chamado que requer uma resposta.
Não é um ideal de vida compatível com o que o mundo nos propõe, onde, Ser Feliz e Bem Aventurado é ter uma sorte melhor que a do pobre, trata-se de uma Bem Aventurança terrena que supõe a riqueza, e tudo o mais que está atrelado nela, Ter, Poder, prestígio, influência, e ainda a impunidade, que se consegue nos meandros da política, das negociatas e do Poder constituído, que ainda está muito longe de ser uma instituição a serviço do Povo.
Os sequiosos por mudanças sociais irão indagar, cheios de indignação “Mas então esse Jesus de Mateus está  “em cima do muro”? Não se importa com a sorte dos pobres e miseráveis, dos famintos e injustiçados, dos marginalizados e explorados? “ Claro que Jesus se importa....
Mas ele prefere ir direto a raiz do mal, que é a ausência de espiritualidade no coração do homem, a falta de reconhecimento de que Deus é o Senhor da História, por isso Mateus acrescentou a sábia expressão “...em espírito” depois da palavra pobre, ficando assim muito claro que, a situação social não é o fator determinante das Bem Aventuranças pois, um rico pode sim, fazer experiência de Deus, e um pobre poderá não fazê-lo, depende muito de quem é Deus para o rico e quem é Deus para o pobre.
Portanto, não se trata de “Ser Pobre” mas de fazer-se pobre pelo Reino, o que é bem mais difícil uma vez que requer humildade, desapego, esvaziamento de si mesmo, pureza de coração, e acima de tudo o reconhecimento de que só Deus é a Segurança, ser manso é exatamente não abusar do poder para se impor e exigir (até nas comunidades isso acontece...) mas sim submeter-se aos outros, mesmo sendo superior.
Portanto, ser bem aventurado e feliz diante do evangelho,é  ter se tornado discípulo do Senhor, vivendo a vida de acordo com os valores do seu reino que é a justiça e a paz, conseqüência da igualdade, partilha e fraternidade. Quem trilha este caminho, sem se desviar para os tentadores atalhos que o mundo nos coloca, será feliz e bendito porque confiou e colocou toda sua esperança, não naquilo que o mundo oferece mas sim na vida nova que vem da graça de Deus, e que se estende para muito além dos limites da nossa vida biológica.
É para estes Benditos e Benditas que o evangelho traz a boa nova, pessoas que não estarão isentas de sofrimentos, privações e até perseguições, por terem optado pelo evangelho de Cristo, que desafia e põe em cheque o conceito de felicidade que o mundo nos ensina, porque mostra-nos no Senhor Ressuscitado, que esta vida terrena é apenas caminho para se chegar na verdadeira vida, sonhada, desejada e construída ainda nesta nossa peregrinação por este mundo.
Nossas comunidades cristãs nas quais participamos, já aderiram com fidelidade a proposta que Deus nos faz em Jesus Cristo, ou pelo contrário, acabamos trazendo para dentro da comunidade certos valores sedutores que o mundo nos apresenta? A resposta a essa pergunta nos indicará se pertencemos ou não ao grupo dos Bem Aventurados...

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Sob o Controle de Deus...



O evangelho de hoje traz um ensinamento que precisa ser bem compreendido, caso contrário poderá levar o cristão a cruzar os braços diante de certas situações complicadas que requerem vontade, ação e decisão de sua parte. Entregar tudo nas mãos de Deus não é esquivar-se de agir, pensar, planejar, lutar, mas é um ato de Fé, de que o Reino pertence a Ele, e há mesmo acontecimentos que nem temos como interferir.
Exemplo maior é o de Maria Santíssima, que quando via que a situação estava fora do seu controle e compreensão, guardava tudo em seu coração e meditava sobre os acontecimentos, mas nunca jamais se furtando de fazer aquilo que tinham de ser feito. Quando Jesus lhe respondeu daquele jeito até meio "maroto", de que não era para ela e José se preocuparem pois ele estava no templo com os Doutores da Lei, se ocupando das coisas do seu Pai, nem por isso Maria esquivou-se da sua missão de mãe, ela poderia ter dito "Ah meu Filhinho, se é assim então fique aí até quando quiser, não tem problema nenhum..."
Ao contrário, deve ter dado um bom puxão de orelhas no menino, pois o texto de Lucas fala que desceram para Nazaré e Jesus era-lhes obediente em tudo.
Não adianta a humanidade querer monitorar o pensamento e a conduta cristã, ou certos poderosos que mandam no mundo, querer ditar normas para a Igreja. O Reino de Deus está acontecendo em meio a humanidade, crescendo, se expandindo e se manifestando onde e a quem quiser, sem que o ser humano possa contê-lo ou direcioná-lo. Hoje é semente escondida que poucos sabem da existência, mas amanhã será a maior de todas as árvores, dando sombra e frutos a quem nele acreditou e ajudou a construir.
O Reino não está atrelado ou dependente de alguma ideologia humana, social ou política, o Reino não tem Sigla Partidária e nem denominação em particular, mas é de todos e para todos.
Então, se por um lado devemos sempre ter presente que Deus está agindo no meio da humanidade, embora não pareça, por outro, Ele nos inspira e nos exorta o que fazer, através de sua palavra, pois a semente cultivada requer cuidados para o seu desenvolvimento, esta semente está em todos os lugares, mas principalmente no coração das pessoas...

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Fazer a Vontade de Deus...




Outro dia alguém desabafou perto de mim "Tem muita coisa boa nesta vida, que a gente quer fazer, mais contraria a Vontade de Deus, parece que os maus, aqueles que não estão comprometidos com o Reino e nem frequentam Igreja nenhuma, são mais felizes pois fazem o que querem nesta vida".
Quando se fala na Vontade de Deus, dá-se a impressão de que Ele é um tremendo estraga-prazeres, que vai contra tudo o que é bom de fazer e a vida de Fé nesta terra até parece aquela competição de Cabo de Guerra, Deus puxa para um lado e o Ser Humano para o outro...
Se cristianismo fosse isso, nós cristãos seríamos os mais infelizes de todos os homens. O primeiro homem Adão e a mulher Eva, viviam na plenitude da comunhão com Deus, a finalidade para a qual Deus os criou estava em pleno acordo: eles eram objeto do amor de Deus e viviam em um paraíso, que antes de ser um lugar geográfico, é um estado de espírito do homem em sintonia com Deus Criador. Não tinham e nem preconizavam ter nenhuma ambição, tudo o que um Ser humano deseja ser nesta vida, realizando-se na plenitude do amor, nossos primeiros pais já tinham, até que conheceram a possibilidade do mal e fizeram opção por ele...
No evangelho de hoje estamos diante do novo Povo que vai surgindo com Jesus, este retorno á vida de comunhão com Deus vai custar a Vida do Verbo Encarnado, mas o homem, que havia se perdido em si mesmo e não mais se achava, porque diante dele só estava o Mal, agora terá a possibilidade de optar pelo Bem, este Bem que está precisamente nas palavras e ensinamentos de Jesus, que por sua vez é a Palavra de Deus.
O retorno da humanidade aquele estado de vida inicial passa por Jesus, aliás, só Ele é o caminho que conduz ao Pai, e nenhum outro. Até aí tudo bem mais, sendo o homem um ser social, essa experiência de amor e de comunhão com Deus manifestado em Jesus, só se torna possível na relação com o outro, e aí a comunidade é o lugar por excelência, que nos conduz a esse paraíso, que não está lá atrás, perdido no passado, mas está á nossa frente, motivando-nos a caminhar sempre mais, alimentados pela Esperança que um dia transbordou do coração de Deus Filho naquela cruz, e inundou toda a nossa vida, permitindo-nos sonhar, desejar e alcançar essa plenitude feliz, que é eterna...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Situação e Oposição




Nova acusação contra Jesus, agora são os Escribas que já nem sabem o que estão falando acusam Jesus de estar unido a Belzebú ou Satanás, para expulsar os demônios dos que estavam possessos. A postura dos Escribas nos lembra um termo bastante verdadeiro, que se usa na política mais quem sentido amplo: Oposição burra!
A oposição é importante, pois nos ajuda a perceber nossos erros e isso nos faz crescer, mas quando se trata de uma oposição inteligente que aponta os erros e equívocos cometidos por alguém, assim deveria ser na política entre Situação e Oposição, mas não é e nunca será... Até mesmo em nossas comunidades essa postura dos Escribas acontece. Quando não vamos com a cara do Coordenador, ou do Padre, ou do Diácono ou Ministro, ele pode até fazer chover, que vamos ser contra.
No caso das comunidades, uma oposição inteligente faz a correção fraterna, mas uma oposição burra só destrói e causa divisões, isso é pecado grave contra a Igreja! Jesus faz o Bem ao expulsar demônios das pessoas que estavam sofrendo, mas seus opositores os Escribas deturpam a sua ação libertadora atribuindo-a a Satanás. O desejo pérfido de Satanás é sempre possuir e dominar as pessoas e não libertá-las, isso é, o Mal se associa ao Mal, para fazer o Mal e jamais o Bem e pensar o contrário é burrice...
Tem gente que não é contra Jesus mais não o aceita e nem o assume como único Deus e Senhor, em se tratando de Jesus, não basta não ser contra, é preciso fazer por ele uma opção radical e assim comprometer-se com todos os valores do evangelho, viabilizando a prática do bem.
Nossas comunidades são essa casa protegida pelo Homem Forte que é Vencedor por excelência, Satanás só consegue infiltrar-se na comunidade, quando alguém que se diz cristão, agindo como os Escribas, se coloca contra o Evangelho, traindo o ideal Cristão e permitindo que se crie divisões provocadas pela inveja, intriga e calúnia.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Espiritualidade



"Você pode ter defeitos, ser ansioso, e viver alguma vez irritado, mas não esqueça que a sua vida é a maior empresa do mundo. Só você pode impedir que vá em declínio. Muitos lhe apreciam, lhe admiram e o amam. Gostaria que lembrasse que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, uma estrada sem acidentes, trabalho sem cansaço, relações sem decepções. Ser feliz é achar a força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor na discórdia. Ser feliz não é só apreciar o sorriso, mas também refletir sobre a tristeza. Não é só celebrar os sucessos, mas aprender lições dos fracassos. Não é só sentir-se feliz com os aplausos, mas ser feliz no anonimato. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões, períodos de crise. Ser feliz não é uma fatalidade do destino, mas uma conquista para aqueles que conseguem viajar para dentro de si mesmo. Ser feliz é parar de sentir-se vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas conseguir achar um oásis no fundo da nossa alma. É agradecer a Deus por cada manhã, pelo milagre da vida. Ser feliz, não é ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si. É ter coragem de ouvir um "não". É sentir-se seguro ao receber uma crítica, mesmo que injusta. É beijar os filhos, mimar os pais, viver momentos poéticos com os amigos, mesmo quando nos magoam. Ser feliz é deixar viver a criatura que vive em cada um de nós, livre, alegre e simples. É ter maturidade para poder dizer: "errei". É ter a coragem de dizer:"perdão". É ter a sensibilidade para dizer: "eu preciso de você". É ter a capacidade de dizer: "te amo". Que a tua vida se torne um jardim de oportunidades para ser feliz... Que nas suas primaveras seja amante da alegria. Que nos seus invernos seja amante da sabedoria. E que quando errar, recomece tudo do início. Pois somente assim será apaixonado pela vida. Descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Utilizar as perdas para treinar a paciência. Usar os erros para esculpir a serenidade. Utilizar a dor para lapidar o prazer. Utilizar os obstáculos para abrir janelas de inteligência.  Nunca desista....Nunca renuncie às pessoas que lhes ama. Nunca renuncie à felicidade, pois a vida é um espetáculo incrível".
Papa Francisco.