Comentário
baseado em Mc 7,24-30
A Fé em
Jesus, nosso Deus e Senhor, Redentor e Salvador, nunca teve e nem terá rótulo
ou marca diferenciada, pois ela é um dom que Deus concede a quem Ele quiser,
seja Católico, Evangélico, Pentecostal, Espírita ou Kardecista e vai por aí
afora. Não podemos confundir expressão de Fé com a Fé em si, pois são coisas
diferentes, e nem se pode dizer que esta é mais eficiente do que aquela,
a expressão de Fé Católica tem sua raiz apostólica, e os elementos embrionários
da Fé Cristã, transmitidos pelo próprio Jesus, mas isso não nos dá o direito de
julgar que a Fé dos que não pertencem á nossa Igreja, não é autentica.
Jesus e
seus discípulos se encontram em uma terra pagã, na região de Tiro e Sidônia,
ali uma mulher Fenícia caiu a seus pés suplicando pela Filha que estava
possessa de um espírito imundo, a mulher acredita em se coração que Jesus é
maior do que o demônio que oprime a filha, portanto vê nele o libertador e
clama por esta ação libertadora de sua parte.
Sendo
Judeu, primeiro Jesus manifesta o modo de pensar do Judeu "pela ordem
estabelecida os Judeus são os primeiros a serem beneficiados com a ação
libertadora do Messias, os pagãos são de segunda categoria e por isso mesmo
denominados "cães", em palavras mais simples, Jesus está dizendo
aqui, que não se deve queimar vela com mau defunto.
A
mulher concorda que está inferiorizada em relação aos judeus, Raça escolhida e
Nação Santa, mas Jesus é tão importante em sua vida, que qualquer gesto ou
palavra que vier dele, trará a ela os efeitos da Graça da qual ele é portador,
isso é o que ela crê com sinceridade. E Jesus não resistiu a tão grande Fé, e saindo
do contexto judaico, proclama que a Fé é universal e não têm rótulo, "por
causa dessa palavra, vai-te, que saiu o demônio da sua filha".
Quem
crê em Cristo e se compromete com Ele, vendo-o como libertador e vivendo nessa
liberdade de Filhos de Deus, jamais estará preso ou escravo do demônio,
presente em certas estruturas humanas, que escravizam e alienam o ser humano,
em vez de o libertá-lo. Portanto, essa experiência libertadora com Jesus em
nossa vida, não depende da fachada religiosa que ostentamos, é algo íntimo e
pessoal, que começa com o nosso desejo e abertura de coração, mas se realiza
unicamente por iniciativa dele. Essa mulher, que não era religiosa, abriu seu
coração para essa possibilidade e assim mudou a sua vida...