- Posted: 16 Apr 2012 04h24min AM PDT
Não tenho como discordar das palavras de Dom
Antônio.
Em se falando de Iniciação Cristã, podemos dizer que estamos apenas
engatinhando e como toda criança que engatinha, até se firmar, leva alguns
tombos. O importante é prosseguirmos incansavelmente, como a “mãe” que
com paciência, carinho,levanta a criança, toma-a pela mão, a conduz até
que caminhe com segurança.Todo esse processo, leva tempo.
A Iniciação à Vida Cristã, o resgate da catequese em estilo catecumenal, não é a “moda do momento e sim
uma resposta ao clamor do povo: “Queremos ver Jesus”.
Assim como Dom Antônio, também alimentamos a esperança de que acontecerá
uma total virada na condução do processo da educação da fé de nosso povo.
Estamos caminhando pra isso. Avante!
*Por Dom Antônio Possamai
Iniciação à vida cristã
Não sou especialista em catequética .Apenas tenho algumas convicções que
se baseiam na leitura que faço da história atual da nossa Igreja. Ao longo da
minha vida pastoral tentei algumas experiências no sentido de dar outra direção
no processo de educação na fé,valorizando a iniciação cristã. Estas
experiências nem sempre tiveram tanto êxito, mas algumas foram promissoras e
gratificantes.
Continuo alimentando a esperança de quem dia acontecerá uma total virada
na condução do processo de acolhida e introdução do povo na nossa Igreja, bem
como no processo de educação da fé.
UM POUCO DA REALIDADE
Muito se tem escrito sobe o tema da IC nestes últimos anos. O DNC dedica
bom espaço para o tema. Entretanto, a caminhada vai prosseguindo muito
lentamente. Nossa Igreja do Brasil continua teimando em acreditar numa história
que comprovadamente não tem dado certo.Falta coragem eclesial para dar uma
virada.
Teima na prática de catequeses pontuais, em vista dos sacramentos; não
em vista da vida cristã, da união entre fé e vida.
Até mesmo a cúpula da Igreja se preocupa muito mais com dados estatísticos
do que com a qualidade dos católicos, embora o Magistério da Igreja seja
insistente no apontar a necessidade de fé mais comprometida com a vida.
Evangelli Nuntiandi poderia ter sido o grande passo para esta mudança. Este
documento reprova uma catequese de tipo “verniz superficial”.
Tomo a liberdade de citar alguns exemplos do nosso tradicional
comportamento nesse campo, comportamento muito distante de uma iniciação
cristã: continuamos batizando crianças sem nos preocuparmos se há condições
para entender que o Batismo deve ser uma resposta a um chamado e sem entender o
alcance e as consequências deste sacramento:continuamos com a “catequese” de
primeira Eucaristia e só, sem estarmos atentos ao “antes” e ao “depois”, embora
bastante atentos ao “dia”: roupa, filmagens,fotografias, um pouco de atenção à
liturgia, à festa na família e outros detalhes. O “antes” é a vida familiar,
social, eclesial do candidato. O “depois é a caminhada do eucaristizado dentro
da comunidade.
Idem para a catequese de crisma. Crisma-se quando o candidato concluiu o
programa e, normalmente, baseados unicamente no testemunho do catequista,
excluída a comunidade que não acompanhou o candidato na sua caminhada eclesial
e social. Quase nenhuma catequese para o Sacramento do Matrimônio, para os
poucos que ainda procuram este sacramento. Enfim, falta-nos a visão e o
compromisso de “educar para viver a fé”, educação que se projete em todas as
circunstâncias da vida: familiar,eclesial, social, empresarial, política,
jurídica, etc. e que estenda para toda a vida.
Fica então bem claro que dá para entender porque temos um catolicismo
tão insignificante e tão dividido. Vejamos alguns exemplos: como no queixarmos
de que não temos vocações para os mais diversos ministérios consagrados ou leigos
na Igreja se não fornecermos aos nossos católicos uma iniciação cristã que os
leve a um encontro e a uma iniciação cristã que os leve a um encontro e a uma
decisão pessoal com Cristo e com sua Igreja? Como nos queixarmos de que
tenhamos tantos governantes dos três poderes constitucionais, tantos
empresários tão injustos e tão corruptos se não os educamos na fé? Como nos
queixarmos de que não os educamos na fé? Como nos queixarmos de nossa juventude
e nossos casais não valorizam o Sacramento do Matrimônio,e a família vai
desmoronando?
O que é que nos preocupa como missionários? O número ou a qualidade dos
cristãos católicos?
Fonte: Revista Catequese nº 132-outubro-dezembro 2010- Unisal - Páginas
26 e 27
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