terça-feira, 30 de abril de 2013

A ESTRADA CERTA





Hoje é algo bastante comum o uso de pequenos aparelhos receptores GPS nos carros. Se você está procurando por uma casa numa cidade estranha basta dar ao computador o endereço, e um mapa com o caminho que você deve tomar aparecerá na tela. Usando este Sistema Global de Posicionamento (Global Positioning System) junto com uma gigante base de dados de mapas e informações, este dispositivo pode lhe dizer que ruas você deve pegar para chegar onde quiser.

Não seria maravilhoso ter algo assim para nos ajudar nas importantes questões da vida?
“Estou procurando a felicidade, que estrada devo pegar?”.
“Eu preciso de um amigo de verdade, um companheiro, alguém para amar. Onde devo procurar?”.
“Estou perdido e não tenho ideia como vim parar nesta estrada que parece me levar a lugar nenhum. O que posso fazer?”.

Encontrar a estrada certa na vida é algo difícil para todos nós.
Um artigo no jornal falava de um rapaz morto na penitenciária. Ele foi espancado até morrer. Ele tinha apenas 24 anos e segundo seus familiares “ele tinha caído na turma errada” doze anos antes. Delitos repetidos de posse de drogas e roubo de carros fizeram com que ele recebesse uma pesada pena. Seu avô disse: “Ele não era bom para ele mesmo, mas era uma pessoa muito legal para os outros, amoroso, prestativo. Parecia que ele não conseguia ajudar a si mesmo. Ele começou sua juventude com o pé esquerdo.”
Será que ele teria tomado esta estrada se soubesse onde ela iria levá-lo? Será que eu ou você seguiríamos um caminho que leva à destruição?
Duas vezes no livro de Provérbios nós lemos: “Há caminho que parece reto ao homem; seu fim, porém, é o caminho da morte.” (Pr 14, 12; 16, 25)
Neste mesmo livro encontramos instruções para encontrar o caminho para a vida: “É o caminho da sabedoria que te mostro, é pela senda da retidão que eu te guiarei.” (Pr 4, 11)

Você aceita esta palavra de seu Pai amoroso que enviou seu Filho Jesus como “o caminho, a verdade e a vida”?
Você alcança sabedoria, confiança e liberdade quando você busca primeiro a Deus e segue suas instruções no caminho da sabedoria que o conduz a uma vida que vale a pena ser vivida.
Por qual estrada você tem andado? Lembre-se que a estrada certa não te leva a uma rua sem saída.

Hedy Silvado

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Coragem, Não Temais!


Comentário do Evangelho Jo 6,16-21



O evangelho tem como contexto a situação das comunidades no primeiro século do cristianismo e que refletem também os primeiros tempos dos discípulos após a ascensão do Senhor. O medo e a insegurança deles era por causa do acontecimento que desencadeou toda aquela caminhada, a vida de Jesus de Nazaré, seus ensinamentos, suas obras prodigiosas, mas que no final resultaram em fracasso com a morte na cruz. Se antes, caminhando com ele, a história acabou tão mal, agora o risco de um novo fracasso era ainda maior pois Jesus não estava mais com eles...
Os cristãos do primeiro século olhavam á sua volta e não viam nenhuma perspectiva de que o cristianismo fosse dar certo, de um lado o Império Romano, a cultura grega que exaltava o conhecimento, de outro o Judaísmo e suas raízes. Que futuro teria a comunidade dos seguidores de Jesus de Nazaré?
Hoje se sabe que o cristianismo está entre as maiores religiões do mundo, mas a sociedade não reflete essa realidade, ao contrário, parece que tudo contraria o evangelho e os cristãos vêem as forças dom mal se fazerem presentes até nas comunidades. Divisões, discórdias, escândalos, cristãos que desistem de viver a Fé e fracassam em sua caminhada. A impressão é que as forças do mal imperam na humanidade e querem engolir a Igreja.
O que pode um frágil barquinho a mercê de ventos fortes e ondas gigantes? O que pode a Igreja de Cristo fazer para mudar os rumos da humanidade? O Evangelho terá poder e força suficiente para reverter esse quadro de tenebrosa escuridão que nossos olhos contemplam?
São inquietações que afligem o coração de todos os discípulos. Entretanto, quando parece que a barca vai a deriva, os homens e mulheres de Fé vislumbram, nos momentos mais críticos, algo que supera todo mal, Jesus acompanha a barca, e tem sob os pés as Forças do Mal, isso é, há bem lá na frente um porto seguro onde a Barca vai chegar. Quando pensamos nessa realidade nova, perceptível á luz da Fé, sentimos medo mais o Senhor nos tranqüiliza "Coragem, sou eu, não temais".
Jesus é o Senhor da História, não é alguém que influenciou a história no passado e que agora deve ser sempre lembrado por seu exemplo, como fazemos com nossos homens ilustres, Jesus está vivo, está vivendo com a Igreja cada momento de sua história, está atento e atuante nas comunidades cristãs, aponta novos rumos e direção a ser seguido, para se chegar à outra margem...
E as comunidades de João, com sua Fé e testemunho de Vida, passou incólume pelas Forças Tenebrosas do Mal e chegou até nós, com o mesmo evangelho, o mesmo anúncio. Essa é a prova inequívoca da presença de Jesus em nossa Igreja, são dois milênios de caminhada. O mar não é sereno, nem nunca será, mas as ondas revoltas e a ventania nada pode contra a Igreja, porque Jesus navega conosco...


Com algumas variantes, o relato também é comum aos evangelhos sinóticos (Mt 14,22-34; Mc 6,45-51; Lc 8,22-25). À exceção de Lucas, nos outros dois sinóticos, como em João, o episódio de Jesus caminhando sobre o mar também segue o relato da multiplicação dos pães. Os elementos simbólicos presentes no texto são o meio de transmitir a mensagem. No universo simbólico, mar e noite apontam para a realidade da morte. O mar, na verdade um lago duzentos metros abaixo do nível do mar, era agitado pelo vento, que formava ondas. Jesus ainda não estava com eles; Jesus é visto por eles caminhando sobre as águas.
Em Jó 9,8, nós lemos: “... ele sozinho estende o céu e caminha sobre o dorso das águas”. Jesus manifesta seu poder divino caminhando sobre as águas. Ele, que é a luz do mundo (Jo 8,12), ilumina a vida dos discípulos, para arrancá-los do medo que imobiliza e distorce a visão: “Sou eu. Não tenhais medo” (6,20). A afirmação de Jesus nos remete ao livro do Êxodo 3,14: “Assim dirás aos israelitas: ‘Eu sou’ me enviou a vós”. O relato pode ser caracterizado como sendo uma epifania em que é revelada a divindade de Jesus.


O processo de reconhecimento de Jesus Ressuscitado foi acontecendo em meio a fadigas e dificuldades que a comunidade encontrava em seu caminho de fé. Ao professar a fé no Ressuscitado, os cristãos viam-se questionados de várias formas. O fato mesmo de fazer a salvação depender de quem fora crucificado deixara-os em crise.
Segundo a mentalidade da época, quem morria na cruz, era tido como um amaldiçoado por Deus. Com Jesus teria sido diferente? Ou será que, de fato, Deus o resgatara da morte, restituindo-lhe a vida, de modo a estar sempre junto dos seus? Essas e outras dúvidas persistiam na comunidade de fé, exigindo uma resposta.
A experiência no lago, por ocasião de uma travessia, revela a situação da comunidade. A escuridão da noite, a força do vento e a agitação do mar impediam os discípulos de perceber Jesus se aproximando. Sua figura perdia-se na nebulosidade. Os discípulos tiveram certa dificuldade para superar a situação. Por sua vez, o Mestre os exortou a não temer, pois ele mesmo estava ali, junto deles. "Sou eu; não tenham medo!"- assegurou-lhes, chamando-os à realidade. A certeza desta presença descortinou-lhes um novo horizonte de segurança e de tranqüilidade.
A comunidade de fé reconhece o Ressuscitado, em meio às adversidades da vida. Importa não se deixar abater, pois ele está no meio de nós.

A multidão segue Jesus por causa dos sinais em favor dos doentes


Comentário baseado no Evangelho de Jo 6,1-15




O relato da multiplicação dos pães, nós o encontramos também na tradição sinótica (Mt 14,13-21; Mc 6,30-44; Lc 9,10-17). A multidão segue Jesus por causa dos sinais que ele realizava em favor dos doentes. O sinal, por sua própria natureza, é ambíguo; precisa sempre ser interpretado, pois remete a outra realidade, diferente daquela imediatamente percebida. Jesus denunciará a cegueira da multidão e o equívoco a que está imersa: “… vós me procurais não por terdes visto sinais, mas porque comestes pão e vos saciastes” (v. 26).
A multiplicação dos pães levou a multidão a considerar Jesus como o verdadeiro profeta, aquele que todos esperavam, desde longa data. O fato de ter alimentado uma imensa multidão, contando apenas com cinco pães de cevada e dois peixes, revelou-se como sinal inequívoco da messianidade de Jesus. Daí o desejo do povo de fazê-lo rei, na esperança de que todos os seus problemas fossem resolvidos da mesma forma eficiente e rápida, que acabavam de presenciar. Foi grande a expectativa criada em torno dele.
Todavia, Jesus não se deixou levar por tal raciocínio demasiado pragmático. O povo não havia entendido o sentido do milagre, uma vez que o consideravam apenas sob o aspecto material de superação da fome pela abundância de pão. O objetivo visado por Jesus era bem outro: ensinar a todos que a partilha fraterna é um sinal irrefutável da presença do Reino, acontecendo na história humana. Por outras palavras: a partilha é um imperativo na vida de quem aderiu ao Reino, fazendo dele o centro de sua vida. Ou seja, o milagre dependeu da postura interna de cada pessoa, e não somente da iniciativa de Jesus.
O Mestre é o verdadeiro profeta não porque multiplicou os pães de forma prodigiosa, à revelia das pessoas, e sim, porque abriu o coração humano para o amor, muito bem expresso na partilha dos bens.

sábado, 6 de abril de 2013

A ALEGRE NOTÍCIA



Comentário do Evangelho de Mc 16,9-15

O encontro de Jesus ressuscitado com Maria Madalena fez dela uma anunciadora da ressurreição. Foi esta a alegre notícia que ela comunicou aos discípulos, e, sem dúvida, a todos os que encontrou, depois, ao longo de sua existência. A partir desta experiência, sua vida deu uma guinada. Ela já não era mais a mesma.
No entanto, o contato com os discípulos foi decepcionante. A Boa Nova que lhes trouxe, não pareceu suficiente para arrancá-los da tristeza e do pranto, e fazê-los abrir-se para a fé. Pelo contrário, continuaram incrédulos! Talvez não tenham sido capazes de superar o preconceito contra as pessoas do sexo feminino, cujo testemunho, naquela época, não era aceito. Não se dava credibilidade às palavras de uma mulher.
A reação dos discípulos não deve ter bloqueado o entusiasmo de Maria Madalena. Outras aparições do Ressuscitado confirmariam suas palavras: o Senhor estava vivo, e sua presença se fazia real na vida de quem o encontrava.
Da mesma forma, os discípulos, aos quais Jesus aparecera enquanto se dirigiam para o campo, tinham ido, às pressas, contar o fato aos demais. E também se debateram com a incredulidade dos companheiros.
Independentemente da reação dos ouvintes, quem experimentou a presença do Ressuscitado é impelido a anunciar a todo mundo esta experiência transformadora.

Jesus chama atenção para a falta de fé



Comentário do Evangelho de Mc 16,9-15



É preciso ler mais adiante do que a liturgia de hoje nos oferece. Originalmente, o evangelho de Marcos terminava em 16,8. Ainda que Mc 16,9-20 seja o fim deste evangelho na sua forma canônica, a ausência destes versículos em manuscritos importantes e a análise do vocabulário, entre outros, levam os especialistas a afirmar que estes versículos, antes de ser inseridos no segundo evangelho, tiveram uma existência independente. Trata-se de uma perícope composta a partir de outros textos do Novo Testamento, sobretudo, Lucas, Atos e o capítulo 20 de João.
Como o evangelho de Marcos não possui um relato sequer das aparições, o autor da inserção do trecho quis, servindo-se dos textos supramencionados, fazer um resumo dos relatos das aparições do Senhor, com a missão dada aos Onze e o relato da ascensão do Ressuscitado.
A falta de fé dos discípulos (vv. 11.13), criticada por Jesus (14b), é um tema importante da perícope, e é atribuída à dureza de coração (cf. 14b). A fé no Ressuscitado é dom oferecido do testemunho: “Ele os criticou… porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado” (v. 14c).

Anunciando a Boa Nova



Comentário do Evangelho de Mc 16,9-15


Claro que a propaganda é a alma do negócio, o pessoal da área de marketing defende essa idéia de com unhas e dentes e não estão errados. Mas há também uma propaganda eficiente e que dizem ser tiro e queda, é aquela passada de boca em boca "Não comprei tal produto porque vi na TV, mas porque meu vizinho comprou e disse que é bom".
Jesus poderia fazer um grande estardalhaço em sua volta, aparecer no Palácio dos poderosos, aparecer no meio do Conselho do Sinédrio, para desafiá-los e convocar uma mega concentração em Jerusalém pára comunicar oficialmente que ele estava Vivo e que agora iria dar as cartas, humilhando os que conspiraram contra ele e tramaram sua morte. Os marqueteiros de plantão até lamentam "Ah se eu estivesse lá para preparar a volta de Jesus em grande estilo!"
Não que Jesus e seu evangelho não precisem de divulgação, precisa sim, mas o cristianismo não pode ser feito de "oba-oba". Por isso Jesus descarta sua volta em uma Glória Messiânica, como os Judeus esperavam, e prefere a comunicação boca a boca, apareceu primeiro a Maria Madalena, diz o evangelho, que já tinha experimentado á sua Força Libertadora, esta mulher vai correndo anunciar aos irmãos da comunidade, que ainda estavam guardando o luto e chorando de tristeza, marcados pela aflição, mas eles não acreditaram no anúncio e no testemunho da mulher, talvez porque não podiam admitir a idéia de que Jesus não viesse direto a eles, mas primeiro aparecesse a uma mulher era inconcebível.
Mais tarde Jesus apareceu a dois discípulos que iam para Emaús e estes foram anunciá-lo aos demais, mas quem diz que os discípulos acreditaram... Talvez estivessem excessivamente preocupados sobre que rumo iriam tomar, o que deveriam fazer, Jesus lhes havia dito apenas para propagarem o evangelho e batizar as pessoas, nada mais. Madalena e os dois discípulos, que haviam feito essa experiência estavam fazendo exatamente o que o Mestre havia mandado. Talvez estivessem fazendo alguma reunião de planejamento pastoral, as vezes fazemos uma reunião, para preparar outra reunião...
Os discípulos, tanto como os agentes pastorais de nossos tempos, queriam FAZER. Então durante uma refeição quando estavam é mesa Jesus apareceu aos onze e deu uma "dura" por não terem acreditado no anúncio e no Testemunho que haviam presenciado. E para que não houvessem mais dúvidas sobre a missão primária da Igreja, repetiu-lhes o que já lhes havia falado "Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura".
Que a Igreja precisa ter uma organização em sua estrutura e nos trabalhos pastorais, isso não resta a menor dúvida, mas não podemos nos acomodar e deixar que tantos trabalhos e compromissos, acabem sendo mais importantes do que o anúncio e o testemunho pessoal, senão estaremos priorizando o que não é essencial, e o pior, os nossos trabalhos pastorais, tantos encontros e reuniões não passarão de um grande "oba-oba", que não terá nenhuma serventia... Muita propaganda sobre o que fazemos, quem somos na comunidade, a importância daquilo que fazemos. Quando a Jesus e seu evangelho, quando dá tempo a gente se lembra e até fala um pouco dele. "E com licença que agora tenho uma reunião importante...

O ESPÍRITO QUE DÁ A VIDA PLENA...


Comentário baseado no Evangelho de Jo 20,19-31

A descrença de Tomé persiste ainda hoje nas comunidades cristãs, pois em sã consciência, é difícil as vezes, ter a crença inabalável de que o Senhor está vivo e presente na comunidade. Não só porque não podemos vê-lo nem tocá-lo, mas principalmente porque a vida em comunidade nem sempre é o que sonhamos e esperamos.
Como pode Jesus estar presente se certas coisas dão tão errado, como pode Ele estar presente e as intrigas, fofocas, divisões, mal entendidos, ciúmes e inveja, serem tantas no seio da comunidade. Enfim, são tantos pecados da nossa Igreja, da parte dos fiéis e dos ministros, que é impossível crer que o Senhor está realmente presente. Parece mesmo que o Senhor desistiu da barca da Igreja e ela foi a deriva.
O próprio ambiente, e as condições em que a comunidade se encontrava, após a morte de Jesus, já era algo mais para a incredulidade e o fracasso, do que um retorno ao projeto do Reino anunciado por Jesus. Estavam de portas fechada, por medo, provavelmente iriam fazer uma última reunião, dizer que foi um prazer caminharem aqueles três anos juntos, mas que infelizmente era melhor cada um tomar o seu rumo e retornar á vidinha de antes.
Muitos cristãos, marcados por desilusões, pensam assim, alguns até insistem em procurar uma comunidade perfeita e pensam tê-la encontrado, até que nova desilusão provém e a fé vai perdendo o seu encanto. Parece que a Igreja e o Cristianismo, tornaram-se intrusos na vida do homem.
Entretanto, uma assembléia que estava destinada a dissolver-se, porque havia perdido o seu rumo, é surpreendida pela presença do Senhor! É nos momentos de fracasso, medo e desânimo, que Jesus se revela na assembléia. Quantos momentos e períodos assim, a Igreja já não viveu, desde os primórdios até os dias atuais? Digamos que, se ela fosse uma grande “farsa” como pensam alguns “iluminados”, como alguém poderia sustentar uma “farsa” ao longo de dois milênios de História....
“A Paz esteja convosco!” É a primeira saudação do Ressuscitado. Como viver a paz em meio ao “caos” da Família, sociedade, comunidade, será que a Paz tem algum significado, será que ela é realmente buscada? Não! Da parte do homem nada há que se possa fazer para se construir a paz... Que não é ausência de guerras e conflitos, que não é ausência de problemas, isso seria a plenitude, e o ser humano, com suas limitações e fragilidades, jamais concretizaria o sonho da paz, mesmo porque, para quem detém algum poder, paz é quando tudo está sob controle, como era a famosa Pax Romana.
Paz, no contexto da igreja comunidade, é a presença do Senhor, entretanto, é bom compreender bem, o que significa a presença misteriosa de Jesus em nosso meio, pois há muitos que a compreendem como uma espécie de “alívio”. Jesus caminha com a nossa igreja, então vamos deixar que Ele resolva todos os problemas e dificuldades, podemos cruzar nossos braços e ficar no aguardo do grande Dia, em que seremos todos com Ele, arrebatados ao céu....
O evangelho de João, escrito 90 anos após a ascensão de Jesus, quer ajudar as comunidades cristãs, daquele tempo e também as de hoje, a perceberem que a Fé não nasce de uma experiência humana, não é resultado do raciocínio e nem produto da lógica. O Reino de Deus anunciado por Jesus, não é um reino lá de cima, sem qualquer conexão com as realidades humanas, é um reino aqui de baixo, com suas raízes plantadas no chão da história, mas que, apesar disso, não depende do homem, de suas aspirações ou ideologias, para atingir a plenitude.
Este homem novo, que não é alienado, mas que também não é só uma realidade carnal e psíquica, nasceu no “sopro” de Jesus, este homem convocado para viver uma nova realidade celestial, mesmo em meio ao “caos” estabelecido na humanidade, é que forma a Igreja dos que crêem, e que não encontrando em si mesmo uma força que transforme aas relações, sonha, constrói e vai a luta, impelido pelo Espírito do Senhor Ressuscitado, que vai á frente da sua Igreja, como um General vai á frente da Batalha, convicto da vitória.
Há uma missão a cumprir, dificílima e sempre desafiadora, para cada Cristão Batizado, mas o bom êxito da missão está assegurado, porque é o Espírito do Senhor, que nos move, anima, direciona e impulsiona. Não importa as nossas fragilidades, vacilo e indecisões, pois o mais importante é que, como São Tomé, reconheçamos Jesus como nosso único Deus e Senhor, tudo o mais, inclusive a tenebrosa força do mal, está abaixo desse Senhorio, a Soberania pertence a Cristo, e somente a Ele...

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Nossas Santas Mulheres



Comentário baseado em Mt 28,8-15



As mulheres são as primeiras testemunhas do fato que veio a se tornar o centro de toda Fé Cristã: a Ressurreição do Senhor! Consideradas graças a um certo machismo, como sexo frágil, e ainda hoje tentando fazer delas um mero objeto, na Santa Igreja a mulher ocupa um papel de destaque.
Basta ver que tudo começou com elas, primeiro Maria de Nazaré, de cujo SIM ao Projeto Divino, permitiu vir até nós o Salvador do Mundo, sempre discreta, sem pretensão de ocupar cargos importantes na comunidade primitiva, Maria é modelo da primeira cristã e primeira discípula de Jesus.
Na celebração pascal, quando vai acontecer a nova criação a partir da ressurreição do Senhor, quem está lá á frente de todos, para ver e experimentar os primeiros momentos dessa nova humanidade ressurgida da Graça de Deus: elas, as mulheres novamente. Viram o túmulo vazio, sinal de que o Senhor havia irrompido das profundezas da morte, ouviram a catequese do anjo e compreenderam...diz o texto, com certo medo mas também cheias de alegria elas se afastaram do túmulo, deixando para trás a morte para assumirem a Vida nova que dali irrompera na Gloria de Deus.
Toda essa abertura á Revelação Divina permitiu-lhes experimentar o Cristo Vivo, a quem reconhecem como Deus e se prostram a seus pés para adorá-lo. Jesus as encoraja e as envia em missão, são as primeiras missionárias da nossa Igreja e vão fazer o feliz anúncio ao restante da comunidade, os discípulos de Jesus entre eles Pedro, o Chefe da Igreja recém-nascida.
Se quiserem fazer essa experiência podem conferir, em nossa Igreja, nas pastorais e movimentos, as mulheres são a maioria esmagadora, pois Deus sabia que poderia contar com elas, mesmo com toda fragilidade, são sensíveis e sempre abertas á Boa Nova do Evangelho!
Os guardas, tanto como as mulheres também viram o túmulo vazio, mas descrentes na Boa Nova e fechados para a possibilidade da Graça de Deus, também partem até a cidade, para anunciarem aos poderosos da Religião Oficial. Quando a gente não se permite fazer a experiência de Jesus em nossa Vida, quando nos recusamos a crer e a se abrir à revelação que acontece em Jesus Ressuscitado, começamos a viver nossa vida a partir de uma mentira. Foi o que fizeram os Judeus, que deram propina aos guardas do sepulcro, para que eles espalhassem a notícia de que os discípulos haviam roubado o corpo de Jesus.
Louvemos a Deus por nossas mulheres que se doam corajosas, intrépidas, cheias de ternura e que enfeitam com a sua feminilidade ás nossas comunidades. E aos que veem no Cristianismo apenas uma Mentira, clamemos para que a misericórdia do Pai os alcance e os envolva. Amém.