Comentário do
Evangelho de Mc 16,9-15
É preciso ler mais
adiante do que a liturgia de hoje nos oferece. Originalmente, o evangelho de
Marcos terminava em 16,8. Ainda que Mc 16,9-20 seja o fim deste evangelho na
sua forma canônica, a ausência destes versículos em manuscritos importantes e a
análise do vocabulário, entre outros, levam os especialistas a afirmar que
estes versículos, antes de ser inseridos no segundo evangelho, tiveram uma
existência independente. Trata-se de uma perícope composta a partir de outros
textos do Novo Testamento, sobretudo, Lucas, Atos e o capítulo 20 de João.
Como
o evangelho de Marcos não possui um relato sequer das aparições, o autor da
inserção do trecho quis, servindo-se dos textos supramencionados, fazer um resumo
dos relatos das aparições do Senhor, com a missão dada aos Onze e o relato da
ascensão do Ressuscitado.
A
falta de fé dos discípulos (vv. 11.13), criticada por Jesus (14b), é um tema
importante da perícope, e é atribuída à dureza de coração (cf. 14b). A fé no
Ressuscitado é dom oferecido do testemunho: “Ele os criticou… porque não tinham
acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado” (v. 14c).
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