quarta-feira, 8 de maio de 2013

PERDOAR: AMAR COMO DEUS AMA





Uma das maiores surpresas que tive nesta Páscoa foi com a misericórdia de Deus. Mas porque tal surpresa?
Ora, o lógico é que o Mistério Pascal suscite em Deus a sua ira e o seu ódio, o seu julgamento e a condenação dos homens reduzindo-os ao pó de onde vieram, ao invés de suscitar o seu amor e a sua misericórdia, a absolvição dos homens e sua glorificação junto com Cristo elevando-os à gloria dos Céus de onde veio Cristo, o homem novo.
O fato é que Deus nos perdoa de todos os nossos pecados e nos convida a fazer o mesmo. Mas, o que é perdoar? Perdoar é amar na mesma medida que Deus ama, ou seja, oferecendo a própria vida se assim for necessário.
A palavra “perdoar” etmologicamente falando é formada pela junção de duas outras palavras “per+donare”. Uma preposição mais um verbo. A preposição “per” dá origem em português a várias outras preposições: “para”, “por”, “a”; o verbo “donare”, por sua vez, pode ser traduzido por “dar” e ”doar”. Jogando com as palavras “per+donare” obteremos alguns resultados interessantes.
1) “Dar por” ou “doar por” – damos ou doamos nosso amor por meio de Cristo ou então por causa de Cristo;
2) “Dar para” ou “doar para” – damos o nosso amor para Cristo no irmão.

Isso só é possível porque Deus nos divinizou com a sua misericórdia. Quando Ele nos olha nos vê e em nós vê a imagem do seu Filho refletida, assim como quando olha pra Cristo vê a Si mesmo porque Ele é a imagem perfeita do Pai.
Quando perdoamos cedemos a Deus nossa capacidade de amar como Ele ama, de tal modo que Ele mesmo ama em nós. Isso é tão forte que é capaz de curar as feridas mais profundas que alguém possa carregar, alivia os fardos mais pesados e densos e faz-nos experimentar uma paz nunca sentida antes. Isso tudo porque perdoar é amar e o amor recria.
Não pensemos, porém, que perdoar seja esquecer. Jesus após a ressurreição traz em Si as marcas dos pregos e o seu lado aberto porque o Mistério Pascal não pode ser apagado simplesmente da Sua vida. E não se preocupe se trazemos no nosso coração a recordação de alguma ofensa e de algum mal que nos foi infringido. Nossa história é feita também por eles.
Quando falamos de amor e perdão, o mais importante é que tenhamos a capacidade de amar inclusive quem nos fez o mal, tal como Deus fez.
Recordemo-nos sempre: “Quem pratica a misericórdia, pratique com um sorriso nos lábios”.


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