1º de maio de 2013
João 15,1-8
No
judaísmo a filiação é algo muito importante, ela contém em si uma linhagem e
uma marca inconfundível a ponto de se poder afirmar categoricamente "Tal
Pai, Tal Filho". Aqui é bom que se diga que para os amigos e a vizinhança
toda de Nazaré, Jesus era de fato o Filho de José e de Maria e o caráter
adotivo dessa filiação pertencia ao mistério da Fé e do Agir Divino , pois naquele
tempo, não se tinha toda uma Teologia prontinha a respeito dos principais
acontecimentos na História da Salvação, podemos dizer que, no contexto da
humilde cidade de Nazaré, nenhum dos moradores iria "admitir" uma
história dessas...
Mas
penso que também as comunidades do primeiro século tiveram que abrirem-se muito
á graça de Deus e a sabedoria do Espírito, para compreenderem o ensinamento dos
apóstolos a esse respeito. Talvez o grande problema naquele tempo, era entender
como é que podia um Homem ser Deus e este ser um Homem, ao mesmo tempo, com
duas naturezas distintas. Justamente por conhecerem á sua origem, a sua
história, a sua genealogia e seus familiares mais próximos, os conterrâneos
dali da "Terrinha" de Jesus, até que sentiam orgulhosos por terem
entre eles alguém de tão grande conceito em Israel, um grande Profeta, que já
estava com uma fama maior do que os maiores profetas da história, pois seus
ensinamentos causavam admiração, suas obras enchiam os olhos dos
Nazarenos...mas daí, começar a pensar que seria ele o grande e esperado
Messias, já seria um exagero. E por que?
Pela
sua origem simples, sua vida rotineira igualzinha a vida de qualquer judeu,
alimentar-se, ir na catequese, estar submisso ao Pai e Mãe, aprender a
profissão do Pai, para sobreviver economicamente. O Messias não precisava de
nada dessas coisas, tinha poder e glória, era um enviado de Deus e não estava
em nível de um simples ser humano.
Hoje
há um pensamento nefasto no cristianismo, que vem contaminando a vida de muitos
cristãos, trata-se da Fé da Magia, que crê em um Cristo apenas Divino, que
deverá usar seus poderes para socorrer os vis mortais. Um Jesus que está com a
gente mais que não é igual a nós, um Jesus que separa Fé e Vida. São José
Operário é o mesmo José esposo de Maria e Pai Adotivo do menino Jesus, a Igreja
aprendeu a venerá-lo também enquanto trabalhador, um Operário, que sobrevivia e
garantia o pão a si , a mãe e ao menino, com o suor do seu trabalho. Um homem a
quem Deus confiou a guarda do seu Filho e de sua Mãe, um Homem que nada exigiu
de Deus, por ter-lhe confiado essa grande responsabilidade, mas sendo um homem
Justo, viveu e sobreviveu igual a todos os outros homens do seu tempo.
Como
São José Operário, somos especiais enquanto vocacionados ao Cristianismo, para
viver segundo a Fé, mas somos também iguais a todas as demais pessoas,
sobrevivendo do nosso trabalho, dos nossos sonhos e projetos, que na vida de
São José Operário e de cada um de nós, está sempre em harmonia com o Desígnio
Divino.
Que
São José Operário seja inspiração para todos os trabalhadores, e ao mesmo tempo
desperte no coração dos empregadores , empresariados e governantes, esse anseio
pela justiça e igualdade social, que cada homem possa ter sempre o necessário
para sua sobrevivência, e que as diferenças sociais comecem a ser amenizadas...
Ó
São José Operário... Rogai por todos nós!
Jesus apresenta-se como um profeta
O
ensinamento de Jesus na sinagoga de Nazaré está presente, com algumas
variantes, nos três evangelhos sinóticos (Mt 13,54-58; Mc 6,1-6; Lc 4,16-24).
O
evangelista não nos diz acerca do conteúdo do ensinamento de Jesus. O seu
interesse é a reação das pessoas e a revelação da identidade de Jesus. O
ensinamento de Jesus causa admiração pela sabedoria e pelos milagres que ele
realiza (cf. v. 54), ao mesmo tempo que resistência e rejeição (cf. vv. 55.56;
cf. vv. 57b-58). Eles mesmos são, em razão da incredulidade, capazes de
responder à questão: “De onde, então, lhe vem tudo isso?” (v. 56). A falta de
fé não permite ver além do simples olhar; impede ultrapassar a superfície da
própria existência humana.
Os
concidadãos de Jesus conhecem sua origem modesta e sua parentela (cf. vv.
55-56), mas desconhecem sua verdadeira origem. A incredulidade de muitos
nazarenos impediu Jesus de realizar aí muitos milagres. A falta de fé impediu
de ver e receber Jesus como dom de Deus.
A
imagem da união dos ramos à videira ilustra o tipo de relacionamento a ser
estabelecido entre Jesus e a comunidade dos discípulos, e, ao mesmo tempo,
funciona como um alerta para as tentações futuras.
A
parábola sublinha alguns pontos fundamentais. Para os discípulos produzirem
frutos de amor e justiça, é mister que permaneçam unidos ao Senhor. Dele é que
provém a "seiva" necessária para perseverar no caminho difícil do
serviço gratuito ao próximo. Quem, apesar de se proclamar discípulo, for
incapaz de fazer frutificar o amor, será rechaçado pelo Pai, o agricultor. Um
relacionamento puramente exterior e formal com Jesus não tem sentido. É indigno
da condição de discípulo ser infrutífero. Permanecendo unido a Jesus, produzirá
os frutos esperados. Então, o Pai trata-lo-á com amor, procedendo à poda, para
que produza ainda mais frutos. A expectativa do Pai é ver os discípulos do
Filho perseverar no amor, expresso em gestos cada vez mais exigentes e
comprometidos.
A
parábola serve, também, de alerta contra a tentação de buscar adesões fora de
Jesus. Seriam adesões estéreis, pois só na medida em que permanecerem unidos a
Jesus, conseguirão agir conforme o desejo do Pai. Não existe alternativa
possível.
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